Sabrina Baggioni, diretora do programa 5G da Vodafone Itália, trouxe a Lisboa exemplos concretos que estão a ser feitos em Milão.
“Com o 5G não se pode ser incremental”, declarou Sabrina Baggioni, diretora do programa 5G da Vodafone Itália. “É preciso redesenhar de raiz.” A responsável falava na Vodafone Business Conference – A Próxima Revolução Tecnológica, sobre uma diferença fundamental que a nova geração móvel traz. Não é possível abordar a transição como um acrescento ao que já existe, argumentou, referindo que não se trata de fazer mais coisas com uma rede mais rápida.
Oito meses depois da chegada do 5G a Itália e da transformação de Milão numa cidade-piloto, Baggioni explicou que a rede introduz formas diferentes de fazer as coisas desde o início. “As parcerias tornam-se completamente diferentes. Se quiserem transformar, têm de colaborar”, afirmou. “A cocriação é uma palavra-chave. A tentativa e erro é outra.” Milão é uma das cinco grandes cidades italianas onde a Vodafone já lançou 5G com muitos casos em prática no terreno. A operadora fez parcerias com 38 entidades, desde grandes empresas e startups a instituições públicas, e concluiu mais de 50 projetos em sete áreas: saúde, mobilidade, indústria e retalho, segurança, energia, entretenimento e divisão digital.
“A saúde é claramente onde esperamos o maior benefício do ponto de vista social”, explicou Baggioni, mostrando vários exemplos neste sector. Um deles é a possibilidade de fazer imagens radiológicas em locais remotos com ligação 5G a um médico noutra localização, além de cirurgia remota usando braços robóticos. No âmbito da mobilidade, a Vodafone Itália e os seus parceiros implementaram um sistema ponta a ponta que permite a um carro conectado travar para evitar uma colisão, receber “olhos extra” para evitar ângulos mortos, e fazer uma adaptação e controlo de velocidade inteligentes para manter a distância de segurança face ao veículo da frente.
Entre os diversos sectores onde estão a ser implementados projetos está também a manutenção de equipamentos, primeiro com óculos de realidade aumentada que ajudam o técnico no terreno a identificar o problema de uma máquina e a repará-lo, e dentro em breve com recurso a um simples smartphone. Baggioni mencionou ainda drones com tecnologia anti-colisão, robôs do tamanho de cães que identificam e tratam plantas e árvores em campos abertos e hologramas em concertos e entrevistas. “Já fizemos isto”, afirmou Baggioni. “Não é só algo que pusemos em slides, é algo que temos feito.” Embora a responsável reconheça que a capacidade e cobertura do 5G ainda estejam em fase incipiente, os resultados dos projetos em curso são demonstrações do que já é possível fazer com uma geração que mudará tudo. “Será uma longa jornada”, avisou. “Mas o impacto pode ser tremendo.”