A baixa latência é a verdadeira chave para a revolução que o 5G irá trazer. Foi isso que o professor de comunicações sem fios Mischa Dohler, um pioneiro das aplicações 5G no King’s College de Londres, disse na sua apresentação durante a Vodafone Business Conference – A próxima revolução tecnológica. “Sei que assim que a Vodafone lançar o 5G e vocês experimentarem a baixa latência, nunca mais quererão voltar ao que tiveram antes”, disse o orador à audiência na Fundação Champalimaud. “É o que muda o jogo.”
Durante a sua apresentação, Dohler mostrou vários dos casos pioneiros que estão a ser possibilitados por 5G no King’s College. Os projetos na área da saúde – visto que a universidade tem quatro hospitais – são dos mais avançados do mundo. A equipa de Dohler, que criou o conceito de “Internet of Skills”, ou “Internet das Habilidades”, está a trabalhar em braços robóticos com partes flexíveis que podem operar em pacientes sendo controlados remotamente por cirurgiões. Os dispositivos hápticos controlados pelas mãos dos cirurgiões comunicam via 5G com os braços robóticos e a baixa latência é vital para que o sistema funcione. Dohler falou do caso do cirurgião Prokar Dasgupta, que opera remotamente em vez de viajar uma hora e meia até ao hospital. “Os cirurgiões adoram isto”, afirmou o especialista, acrescentando que o projeto também lhes permite ensinar estudantes, que usando luvas hápticas e exoesqueletos podem sentir os movimentos exatos que devem fazer numa cirurgia.
A equipa de Dohler está agora a desenvolver um sistema de colunoscopia remota na China, para que em áreas rurais e isoladas seja possível aos pacientes acederem a esta delicada cirurgia, com equipamento local e operação remota por médicos usando 5G. Dohler mostrou também como a nova geração permitirá ir além da realidade virtual e aumentada e trazer novas formas de socialização. “É realidade sincronizada”, estabeleceu o professor, falando do projeto PHuture-Club, que pretende levar DJs em formato holográfico a várias partes do mundo. “Queremos desenvolver um evento de DJing que dura 24 horas e vai a todo o lado”, disse Dohler, sublinhando como essa partilha e sincronização de realidades diferentes tem uma carga emotiva na sociedade. “Há definitivamente procura” para isto, disse. “As pessoas estão interessadas.”