O CEO da Vodafone Portugal, Mário Vaz, considerou hoje que a atual versão do regulamento para a atribuição de frequências que permitirão o lançamento do 5G em Portugal é “discriminatório” e “virtualiza a realidade”. O responsável falava na abertura da Vodafone Business Conference sobre a nova geração, que decorre hoje na Fundação Champalimaud.
“Este regulamento é 5G porque tem muitas coisas”, disse o CEO. “Muitas coisas que se chamam obrigações, que são fundamentalmente para os operadores existentes.” Isto apesar de elogiar a estratégia para o 5G recentemente aprovada em conselho de ministros. “Vemos aspetos positivos na recente estratégia do governo para o 5G”, disse o CEO, falando na ambição do documento. “Portugal tem do ponto de vista de qualificações humanas e histórico toda a capacidade de ter sucesso no 5G”, defendeu, considerando que esse é um ponto vital de alinhamento com a estratégia governamental. No entanto, Mário Vaz teceu várias críticas ao regulamento desenhado pela Anacom, considerando que “que virtualiza a realidade”, porque parte da leitura do nível de preços e condições do mercado para tirar ilações. “Parte um regulamento para um caderno de encargos para os operadores atuais”, afirmou.
De acordo com o CEO da Vodafone, os problemas do regulamento são vários e incluem a questão do fatiamento da rede, que será fundamental para o potencial da nova geração. “Também aqui o regulador aplicou o conceito de slicing em termos de obrigações, em que elas se aplicam apenas a um conjunto de players”, disse. “De forma discriminatória e desproporcional é fomentado o aparecimento de operadores holográficos”, considerou. “Sem entrar em detalhes, estou claramente preocupado se ele vier a vigorar como está neste momento em discussão”, disse, uma vez que “será altamente discriminatório.” A Vodafone considerado que as obrigações exigidas aos operadores atuais versus novos operadores são desproporcionais, “sem que isso tenha benefícios para o país.” Mário Vaz afirmou que “vão penalizar a disponibilidade de investimento naquilo que é importante para o país.”