A empresa tem uma estratégia clara para desenvolver o negócio de forma responsável, fazendo todos os esforços para garantir um equilíbrio entre os impactos económicos, ambientais e sociais.
É disto que estamos a falar quando falamos em sustentabilidade. Atuar de forma direta ou indireta para minimizar os impactos negativos decorrentes da nossa atividade, mas nunca nos esquecendo de maximizar o impacto positivo decorrente do potencial que a tecnologia tem.
Esta estratégia é materializada no dia a dia, através de iniciativas concretas que têm vindo a ser implementadas de forma transversal em toda a organização.
No plano social, uma vertente tem a ver com o contexto atual de transformação digital tão acelerado que estamos a viver. Se esta transformação não for efetuada de uma forma inclusiva, pode ampliar ainda mais as divisões digitais já existentes na sociedade.
A empresa tem vindo a ingressar este tema da inclusão de grupos com necessidades especiais. Temos uma linha de atendimento específica para pessoas surdas, em que o atendimento é feito diretamente em língua gestual portuguesa.
Outro exemplo é o comando com a tecla para assistente de voz, uma funcionalidade que é especialmente útil para pessoas cegas.
Muitas vezes com sustentabilidade pensamos em ambiente. Mas temos que pensar nos três eixos, no eixo económico, no social e no ambiental.
Muitas vezes estão interligados. Há decisões que se pensam e que depois se dá um passo atrás, porque em termos económicos não é equilibrado.
Tem que haver sempre aqui este olhar para as três dimensões quando se pensa em sustentabilidade.
Por exemplo, há uns anos quando pensámos em reformular as nossas embalagens, foi sendo feito de forma faseada porque os impactos económicos tinham de se ter em consideração. É esta análise constante que tem que ser feita quando falamos em em sustentabilidade.
Promover a circularidade é uma das áreas prioritárias. Isto significa permitir que os clientes reciclem os seus telemóveis e que todos os resíduos elétricos e eletrónicos sejam reutilizados e reciclados. A Vodafone Portugal foi pioneira nesta área em 2000, quando ainda ninguém falava nestas temáticas. Lançou um programa de reciclagem de baterias ainda no tempo em que elas se retiravam dos telemóveis.
Atualmente, o programa está disponível em todas as lojas e nos últimos oito anos a Vodafone encaminhou para fora de Portugal 15 toneladas de telemóveis. Todos os equipamentos elétricos e eletrónicos da rede ou são reutilizados ou são encaminhados para a reciclagem.
A outra dimensão é reduzir as emissões de carbono. Aqui estamos a falar em minimizar o impacto ambiental das nossas operações e da nossa cadeia de abastecimento.
A Vodafone tem um objetivo muito claro, que é eliminar as emissões globalmente. Claro que depois as operações têm que ter os seus planos de transição climática para dar resposta a este objetivo, eliminar as emissões de CO2 decorrentes das atividades diretas e indiretas que controlamos, scope 1 e scope 2, até 2028.
E depois eliminar as emissões indiretas que não controlamos, o famoso scope 3, até 2040.
Estes objetivos estão validados pela Science Based Targets Initiative. Várias operações têm os seus planos de transição climática e a Vodafone Portugal não é excepção. Temos o nosso plano de transição climática definido.
A partir da 2021, toda a eletricidade que a Vodafone consome na Europa, incluindo Portugal, é de fonte 100% renovável.
Também temos uma política de electrificação de toda a frota Vodafone. Desde abril deste ano, só podem ser adquiridas viaturas 100% elétricas.
Paralelamente, têm vindo a ser desenvolvidas iniciativas para otimização dos consumos de energia, através da implementação de sistemas de refrigeração mais eficientes e ao nível da rede, os colegas têm vindo a desenvolver e instalar funcionalidades e equipamentos cada vez mais eficientes. Tudo isto contribui para reduzir os consumos e, consequentemente, as emissões.
No ano fiscal que terminou em março de 2021, a Vodafone tinha em termos de emissões 45 mil toneladas de CO2 equivalente. Já com a implementação da iniciativa, portanto, aquisição de eletricidade de fonte 100% renovável, reduzimos para 9.000 toneladas de CO2 equivalente e agora vamos continuar a trabalhar para fazer esta redução.
Este plano foi definido com as várias áreas da empresa e está completamente integrado no processo de orçamentação. Se não está completamente integrado, as coisas não vão funcionar.
O negócio é a terceira dimensão. Quando olhamos para o potencial da tecnologia, de que forma é que podemos maximizar o potencial positivo? Fazemo-lo através do desenvolvimento de produtos e serviços que potenciam outros sectores e reduzir as suas próprias emissões de CO2 alavancado nas soluções de IoT. Dou o exemplo de algumas soluções que temos: a Smart Energy, para gestão dos consumos de eletricidade dos edifícios, Smart Waste, Smart Water, são soluções que contribuem para facilitar a transição climática.
No ano fiscal que terminou em março de 2023, tendo por base o modelo desenvolvido pela Carbon Trust, as nossas soluções de IoT em Portugal permitiram evitar a emissão de cerca de 25.000 toneladas de CO2 equivalente num período de 12 meses.
Ao nível dos produtos e serviços, tem vindo a ser feito trabalho no packaging. Todas as embalagens dos produtos são em papel e utilizam tintas de base aquosa. Outro dado interessante é que cerca de 80% das faturas de clientes são electrónicas. Isto representou uma poupança de cerca de 50 milhões de folhas de papel A4 no ano fiscal que terminou em março de 2024.
Isso abrange aqui o scope 3. O negócio depende de cadeias de fornecimento internacionais que abrangem vários níveis de contratação e a empresa tem vindo a trabalhar com os fornecedores e parceiros no sentido de promover um comportamento mais responsável.
Existe um código de ética das compras que os fornecedores têm que subscrever. No decurso do fornecimento de bens e serviços, existe um acompanhamento muito próximo no sentido de avaliar e identificar potenciais áreas de melhoria, face àquilo que está no código de ética – que inclui a dimensão mental, de direitos humanos, bem-estar dos colaboradores, diversidade e inclusão.
Desde outubro de 2020, a Vodafone passou a integrar no processo de cotação para fornecimento de produtos e serviços critérios com peso de 20% ligados a estas dimensões de diversidade, inclusão, ambiente, saúde e segurança.
Sim, é um trabalho conjunto que tem que ser feito e uma relação de parceria. Às vezes também aprendemos com os fornecedores. Porque não nos podemos esquecer que o objetivo final disto tudo na vertente ambiental é reduzir as emissões. E se nós não conseguirmos atingir os alvos que têm de ser atingidos, todos vamos ser impactados. As nossas empresas vão ser impactadas. E vê-se o que aconteceu com os custos de energia a seguir à covid e o impacto que teve nas organizações. Isto tem que ser visto como um objetivo conjunto.
Acho que tem havido uma evolução continuada e uma consciencialização cada vez maior nesta área. Em 2000, quando a Vodafone começou a trabalhar estas temáticas, alguns dos fornecedores não tinham práticas implementadas. Isso hoje não é verdade.
As empresas estão conscientes da necessidade e é quase como uma licença para operar. Acho é que há vários ritmos de desenvolvimento, dependendo da dimensão da empresa. Mas há uma consciencialização e está a ser feito um esforço para se conseguir reduzir as emissões, porque também já se aperceberam que há um impacto direto no negócio quando não somos sustentáveis, nomeadamente ao nível dos custos da matéria-prima e os custos de energia, que é sempre uma fatura significativa nas contas das empresas.
Há aqui uma variável adicional que tem a ver com a diretiva europeia de reporte da informação não financeira, que veio acelerar todo este processo e obrigar a que mais do que dizer que temos planos, efetivamente desenvolver e implementar esses planos no terreno.
Sim, a legislação veio acelerar. Se calhar há alguns requisitos bastante exigentes e complexos, esta mudança é muito acelerada. Eventualmente as empresas não estarão preparadas para reportar, porque é preciso ter uma estrutura a montante que permita quer recolher a informação, quer ter programas para poder ter informação. Mas acho que a parte positiva é que há um caminho que tem que ser definido e seguido.
Temos vários programas que têm vindo a ser implementados através da Fundação, no fundo é colocar a tecnologia ao serviço da comunidade. Um exemplo é o programa ligado às competências digitais para crianças do primeiro e segundo ciclo, em que o objetivo é capacitar os miúdos das escolas públicas para a área das competências digitais e trabalhar algumas soft skills ligadas às competências críticas do século XXI, como a comunicação, pensamento crítico, pensamento lógico. Está desenhado para o contexto escolar e o contexto familiar. Estamos em 100 escolas e no ano passado endereçámos 51 mil crianças.
Também a linha 3060, que foi lançada em plena era de confinamento no período da covid. Surgiu esta necessidade de as vítimas de violência doméstica terem um canal alternativo de comunicação com os técnicos da CIG, com o envio de SMS para pedir ajuda.
Também para os nossos colaboradores temos políticas ligadas à igualdade de género, a política da parentalidade, quotas para mulheres em cargos de liderança. E programas ligados à área da orientação sexual, no sentido de desenvolvermos uma cultura cada vez mais inclusiva.