A ideia de que a inteligência artificial é uma área à parte reservada a programadores e especialistas está ultrapassada e deve ser deixada de lado. A abordagem que todos devem ter, a partir de agora, é de envolvimento com uma tecnologia que vai mudar a vida de toda a gente. Foi isto que defendeu Ayesha Khanna, CEO da Addo AI e uma das mulheres mais proeminentes do sector da inteligência artificial na Ásia, durante a sua keynote na Vodafone Business Conference – A Caminho do Futuro.
“A nossa tendência é olhar para a IA como espectadores”, reconheceu a CEO. O problema, apontou, é que “é muito difícil inovar de forma eficiente sem saber o básico de tecnologias como IA.”
Para resolver problemas que parecem intratáveis, “temos de saber um pouco sobre IA para usar o seu potencial de resolução”, indicou a engenheira e cofundadora de uma das empresas asiáticas mais influentes do sector.
“Vocês precisam de começar a jornada na IA hoje mesmo”, avisou. “Quando uma tecnologia é tão transformadora, não podemos ficar a olhar para ela como um filme de ficção científica. Se não tiverem confiança para fazer parte desta economia, serão sempre espectadores.”
Na sua apresentação, Ayesha Khanna explicou como o pequeno país de Singapura, onde está baseada, decidiu encarar a inteligência artificial de braços abertos mas com uma perspetiva de avaliação de risco constante. O país concebeu uma estratégia de “segurança primeiro” e tomou passos para garantir que essa cautela não impede a inovação, que é uma das queixas feitas pelas empresas na União Europeia. “É necessário um equilíbrio entre segurança e inovação”, sublinhou.
Ayesha Khanna avisou que “todas as indústrias estão a passar pela mesma transformação” e que este é o momento de agir, independentemente da pressão dos investidores. “Como país, Portugal não pode fazer isso”, disse, referindo-se a esse limbo em que existem expressões de intenção mas os investimentos acabam por não acontecer. “Temos de pensar em grande”, disse Khanna, “e empurrar as fronteiras do conhecimento humano.” Porque a inteligência artificial é imparável e o seu impacto transcende a competência técnica. “A IA não é apenas uma tecnologia, é uma abordagem filosófica à resolução de problemas.”