Em nove meses, a Galp assinou contrato com a Sensei, desenhou uma loja autónoma com a tecnologia da startup portuguesa e lançou a Smart Store, que se tornou na primeira do género numa estação de serviço da Europa. Este foi um dos exemplos dados pela head of innovation da Galp, Ana Casaca, durante a sua apresentação na Vodafone Business Conference, no Porto.
“A inovação não é uma área, não é um departamento. A inovação tem que acontecer em todo o lado na empresa”, afirmou a responsável.
Ana Casaca explicou como uma grande corporação como a Galp pode agilizar os seus processos de inovação na busca de novas oportunidades num mercado em transição.
“99% da capacidade de executar inovação está na cultura, não está na tecnologia”, disse, referindo que inovação é possível em grandes empresas “se houver uma clareza” de porque é que existe, como a vamos gerir e para que fim.
Na conferência dedicada ao tema Sustainable Technology, a diretora frisou que 80% do consumo de energia no mundo ainda é fóssil. “A descarbonização é um desafio enorme que tem de ser abraçado por todos”, indicou. “O que queremos é que a transição seja feita de forma sustentável e equitativa para que todos possamos ter acesso a energia que possamos pagar.”
No final de 2023, a agência internacional de energia indicou que 35% das tecnologias necessárias para que cheguemos a 2050 com um mundo mais descarbonizado ou ainda não existem ou estão em fase de piloto. “O que tivemos nos últimos dois anos foi um aumento da velocidade e de colaborarmos e estarmos mais abertos à experimentação”, frisou Ana Casaca, apesar de reconhecer que “ainda estamos muito longe.”
A forma como a Galp está a agilizar o seu processo de inovação passa pela condução de testes em ambiente real que, se funcionarem, serão escalados. É o caso da comunidade energética Caxias Living Lab e da Second Life batteries. “A sociedade tem de se tornar uma sandbox para soluções inclusivas e de baixo carbono.”
A 6ª edição da Vodafone Business Conference decorreu no Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto, e teve também intervenções de Luís Lopes, CEO da Vodafone, Ed Gillespie, futurista e autor, e Jessica Groopman, fundadora do Regenerative Technology Project.
Ana Rita Guerra