Considero que o tema é particularmente relevante. Nós na edição passada abordámos o tema da inteligência artificial. O tema da sustentabilidade é o grande desafio que nós todos temos, não só no sector empresarial das telecomunicações e da tecnologia, mas em toda todos os sectores, todas as áreas da sociedade que possamos imaginar. É o desafio da nossa geração e, portanto, achamos particularmente importante, até porque nós acreditamos que a tecnologia é uma das principais formas para podermos abordar esse desafio da sustentabilidade.
Sem a tecnologia, é muito difícil conseguirmos resolver o problema de sustentabilidade que existe.
A Vodafone assumiu alguns compromissos públicos, alguns deles já em alguns anos. Eu referi dois compromissos públicos, um deles é as emissões de carbono da própria Vodafone serem 100% neutralizadas até 2028. Nós já desde 2021 temos 100% da nossa eletricidade na Europa e também em Portugal de fontes renováveis.
Temos um conjunto de iniciativas muito alargadas dentro da própria Vodafone de poupança de energia. Podia referir aqui múltiplos exemplos não só nas redes que nós temos, mas também na própria maneira, como operamos no dia a dia.
Relativamente ao segundo compromisso público, é em termos de ajudar os nossos clientes a reduzir a seu própria pegada de carbono.
Nós aqui temos muitas soluções, mas salientaria duas: utilização de sensores IoT e soluções integradas, por exemplo, no sector da agricultura para reduções de consumo de água substanciais, porque tem a ver com a utilização de dados climatéricos, co sistemas de utilização de vídeo para identificação do grau de temperatura e de desenvolvimento das plantas e com isso fazer otimizações de consumo de água, de consumo de energia, quando envolve também atividades para trazer água para a própria agricultura.
Há exemplos na área da da indústria. Da utilização também de processos de digitalização tecnológica com redução substancial no consumo energético nesses próprios processos. Há uma panóplia muito grande de utilização de ferramentas tecnológicas que resultam em processos mais sustentáveis, não só sustentáveis do ponto de vista ambiental e de consumo energético, mas também do ponto de vista económico. Torna as empresas mais mais fortes, mais sólidas e mais sustentáveis.
100% de acordo com o que afirmou. Para nós a sustentabilidade, obviamente tem um problema de muito curto prazo de resolvermos a parte ambiental do planeta, mas a sustentabilidade tem que ser feita também num equilíbrio de o que acontece com o tecido económico e com as pessoas e com a sociedade em geral.
Portanto, para nós, a sustentabilidade não é estritamente apenas uma questão de redução de CO2. Tem mais componentes que têm que ser abordadas e endereçadas.
Cada vez mais. Apesar de parecer um paradoxo e uma dicotomia, entre ‘mas a sustentabilidade quer dizer que vou ter que estar a incorrer em custos?’ Não, nós vemos isso de outra forma.
Eu referi o relatório Draghi, porque também refere uma parte essencial da competitividade europeia, que tem a ver com a inovação e o desenvolvimento e a aposta do desenvolvimento e investigação. E acredito que é através desse pilar que vamos conseguir, não não só desse pilar, mas que esse pilar vai ter um papel muito importante, que vamos conseguir endereçar os temas de sustentabilidade.
A Europa não pode ficar na cauda das principais economias mundiais em termos de investigação e desenvolvimento, patentes, porque é através dessa componente que nós vamos identificar ainda mais capacidade tecnológica para endereçar e resolver os problemas de sustentabilidade que temos. Tem sido esse o engenho humano que tem sido capaz de ao longo destes séculos todos também resolver muitos dos problemas que fomos tendo ao longo do tempo como uma espécie, como seres humanos.
Agora temos um problema especialmente importante, porque é existencial e, portanto, mais do que nunca a importância dessa dessa alavanca que que referi.
Acima de tudo, aumentar ainda mais o conhecimento que as pessoas têm sobre sobre este problema e inspirar os nossos participantes em olhar também para os seus negócios, olhar para as suas empresas como consumidores. Que coisas podem alterar? De que forma é que podem utilizar soluções, com quem devem falar, com quem podem estabelecer parcerias para poder transformar? Se nós não transformarmos o que fazemos hoje, não vamos conseguir resolver o problema que temos entre mãos.
Ana Rita Guerra