Fundadora do Regenerative Technology Project disse que há cada vez mais empresas à procura de tecnologia regenerativa porque o incentivo económico mudou.
Walmart e PepsiCo são alguns exemplos de que a procura por tecnologia regenerativa está a aumentar porque o incentivo económico está a mudar. Segundo disse a fundadora do Regenerative Technology Project Jessica Groopman, na Vodafone Business Conference, há um benefício líquido para a economia se tornar mais sustentável.
“Uma das razões pelas quais isto está a subir é que o racional económico está a mudar”, afirmou a responsável. “O custo global das alterações climáticas será de 2,4 biliões de dólares por ano em 2050”, referiu a especialista.
“Transitar para uma economia de baixo carbono é bom para o PIB”, salientou. “Precisamos de tentar ir mais rapidamente e mais além de apenas carbono zero.”
Segundo Groopman, que falou na 6ª edição da conferência, no Porto, a fonte do valor da regeneração não está nem na tecnologia nem no negócio, mas no relacionamento que a tecnologia tem com os sistemas mais alargados.
Jessica Groopman deu vários exemplos de empresas e iniciativas que estão a trilhar este caminho, como a Ecovative, a Fairbnb, Regenerative Network, KMX Technologies e Plastic Bank.
Para se prepararem para um “futuro regenerativo”, Groopman disse que há três mudanças que os líderes estão a fazer.
A primeira é a mudança de mentalidade, que os leva a pensar fora das linhas normais, de uma abordagem de silos para sistemas.
A segunda é pensar para lá das métricas e do valor dos acionistas para o de stakeholders.
E a terceira é pensar além da tecnologia para a sustentabilidade.
“Esta é uma abordagem multi sistémica” afirmou. “Uma forma de abordar múltiplos sistemas com o mesmo design.”
A proposta é repensar os modelos de negócio com base nos padrões universais de sistemas vivos. Groopman deu o exemplo de uma árvore, aludindo a que todo o seu sistema consegue ser mais complexo e inteligente que um chatbot IA.
A especialista pediu que se pense para lá da neutralidade carbónica e de não fazer mal ao ambiente, e se comece a pensar em formas de operar os negócios que sejam benéficas para o ambiente – de uma forma regenerativa.
“O que eu proponho é que estamos num ponto crítico para a transformação de negócios para lá do digital e da sustentabilidade”, afirmou. “Será que conseguimos aspirar a melhor?”
A 6ª edição da Vodafone Business Conference decorreu no Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto, e teve também intervenções de Luís Lopes, CEO da Vodafone, Ed Gillespie, futurista e autor, e Ana Casaca, head of innovation da Galp.
Ana Rita Guerra