O mercado mundial de tecnologias verdes e ligadas à sustentabilidade vai crescer mais de 20% ao ano ao longo da próxima década, depois de ter alcançado um valor de 14,83 mil milhões de euros em 2023. São dados da Fortune Business Insights, que produziu um documento de análise das tendências e ‘players’ que aponta para um crescimento sustentado do sector.
“O mercado está a evoluir com uma trajetória positiva devido aos crescentes investimentos por ‘players’ chave no desenvolvimento de soluções e serviços personalizados”, aponta a firma. O agravamento das preocupações ambientais, a necessidade de um futuro sustentável e o papel dos governos, que querem implementar soluções sustentáveis, são fatores importantes nesta curva ascendente.
“Além disso, os fabricantes estão a integrar as suas soluções verdes com tecnologias emergentes, tais como Inteligência Artificial generativa, analítica avançada, Internet das Coisas, blockchain, cloud, cibersegurança, big data e outras.”
Estas tecnologias permitem aos clientes recolher, integrar e analisar dados de uma série de fontes em tempo real, incluindo sensores, GPS e câmaras.
Até ao final do ano, o mercado global deverá chegar aos 17,79 mil milhões de euros e o relatório aponta para que cresça 20,9% ao ano até 2032, ano em que valerá 81 mil milhões de euros.
A Fortune Business Insights engloba aqui soluções ambientais avançadas que são implementadas para mitigar os impactos climáticos da ação humana, assegurar recursos naturais e aumentar o desenvolvimento sustentável. “O principal intuito da solução é manter o ambiente e reparar danos anteriores.”
A firma nota que o mercado deverá conhecer uma grande expansão não apenas nos mercados desenvolvidos, com destaque para os Estados Unidos, mas também nas economias em desenvolvimento.
“Para captar o mercado endereçável, serão requeridos mais investimentos de capital de risco domésticos e internacionais, para aumentar os gastos em Investigação & Desenvolvimento e impulsionar inovação no mercado”, lê-se no relatório.
Uma das inovações mais em voga é a integração de IA generativa. O relatório fornece vários exemplos disto: a YvesBlue integrou a tecnologia na sua plataforma-como-serviço focada em ESG. A Schneider Electric tomou uma medida semelhante, usando Microsoft Azure OpenAI nas ferramentas viradas para a sustentabilidade.
“A onda de IA generativa teve um impacto positivo no mercado de tecnologias verdes e sustentáveis”, frisam os autores do documento. “Ativos IA generativa como modelos, códigos, desenhos e outros dados sintéticos contribuem bastante para medidas de sustentabilidade e métricas de negócio e inovação.”
A Fortune Business Insights refere ainda o papel da computação cloud “verde”, numa altura em que o aumento da utilização de infraestruturas na nuvem está a gerar uma subida drástica do consumo energético. “A subida repentina do consumo levou à procura por soluções com eficiência energética, para reduzir o impacto da computação na cloud no ambiente”, salientam os autores.
Os obstáculos a uma maior adoção destas soluções sustentáveis, consideram, são os custos elevados associados que estão associados às tecnologias verdes.
Ana Rita Guerra