Numa altura em que o transporte marítimo é responsável por mais de 3% das emissões globais de CO2, um consórcio português está a desenvolver um barco de passageiros elétrico inovador que é 80% mais eficiente que versões a gasóleo. O protótipo do MBFY10 foi apresentado este mês na Marina do Freixo e é o resultado de vários anos de investigação e parceria entre a Mobyfly e o INESC TEC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência -, o Catana Group e a Corvus, no âmbito do projeto europeu FLYPASS.
A embarcação vai ser produzida como uma linha de pré-série de produção em Portugal e já tem um cliente com um contrato assinado.
A partir daqui, o objetivo é comercializar uma embarcação hidrodinâmica de transporte de passageiros mais sustentável, juntando várias tecnologias. O MBFY10 tem motores elétricos e baterias, um sistema automático de atracagem e carregamento e sistemas de controlo para otimizar a eficiência energética. Mas a grande inovação é a utilização de um hydrofoil, com um dispositivo semelhante a uma asa instalado na parte inferior do casco que permite reduzir o arrasto hidrodinâmico. O sistema, desenvolvido pela Mobyfly, permite atingir maiores velocidades com menor consumo de energia.
“O que torna este protótipo único é a integração e combinação de múltiplas tecnologias”, disse o investigador do INESC TEC, Bruno Ferreira, sobre o lançamento do protótipo. A embarcação tem “uma estrutura robusta e segura com peso mínimo”, descreveu, e usa um grupo motopropulsor elétrico aliado a tecnologia de carregamento rápido das baterias e módulos de baterias exclusivos.
Os testes foram bem sucedidos e, segundo o consórcio, tornou-se possível viabilizar uma solução comercial.
O modelo de bateria já está a ser desenvolvido pela Corvus, um dos parceiros do projeto. “Tal só é possível com a criação e consolidação de equipas de investigação e design que constituem a base para novas inovações”, acrescenta Bruno Ferreira.
O responsável indica ainda que o modelo de bateria está a ser desenvolvido pela Corvus e tal só é possível “com a criação e consolidação de equipas de investigação e design que constituem a base para novas inovações.”
Ana Rita Guerra