Se há tecnologia em que é preciso ver para acreditar, a realidade estendida oferece um banquete para os sentidos – e um salto drástico para o futuro da economia mundial. As estimativas da PwC apontam para que as tecnologias abrangidas por este conceito de Extended Reality (XR), principalmente realidade virtual e realidade aumentada, adicionem 1,5 biliões de dólares (1,41 biliões de euros) à economia global até 2030.
O relatório da consultora indica que mais de 800 mil postos de trabalho serão melhorados com recurso a estas tecnologias, e que a realidade aumentada dará o maior contributo para este bolo, sendo mais utilizada que a realidade virtual nesta fase.
Como é que as empresas poderão tirar partido deste ‘boom’? Por onde devem começar um projeto? Que ferramentas estão à sua disposição? Quais os casos de sucesso que já estão no terreno?
Estas são algumas das questões mais importantes que irão a debate na Vodafone Business Conference: Extended Reality – No Futuro dos Negócios, que se realiza a 19 de maio no Palácio da Bolsa do Porto. O regresso da conferência de negócios da Vodafone, em parceria com o Global Media Group, acontece num mundo pós-pandémico em que a transformação digital sofreu uma enorme aceleração. Esta será a primeira conferência em Portugal exclusivamente dedicada à Extended Reality, com o intuito de explorar as tecnologias disponíveis, o impacto do 5G na sua utilização, e os exemplos concretos de aplicação em ambiente real.
O consenso é e que as tecnologias imersivas podem tocar praticamente todas as indústrias. Isso reflete-se na diversidade de exemplos e é visível também em Portugal: há médicos a usar realidade mista para melhorar o planeamento de cirurgias (Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa), empresas a fazer suporte técnico remoto (EDP) e museus a mostrar como seria caminhar ao pé de dinossauros com realidade virtual (Museu da Lourinhã).
Na quarta edição da Vodafone Business Conference, estas amostras do presente e saltos para o futuro serão dados com a ajuda de quatro oradores. A vogal executiva do conselho de administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Elsa Justino, e o médico especialista em medicina intensiva na mesma instituição, Ricardo Amaral, vão falar das aplicações concretas da XR na saúde e de que forma podem melhorar não só os cuidados prestados aos pacientes, mas também a forma como os médicos se preparam.
De fora virão dois especialistas com vários anos de experiência na área e abordagens diferentes ao que pode ser feito com a realidade estendida.
É precisamente um dos autores do estudo da PwC sobre o impacto económico da XR que estará no Porto a 19 de maio para falar desta disrupção. O diretor de tecnologias de metaverso da PwC Reino Unido é um dos oradores internacionais da conferência e irá explicar os vários aspetos que tornam a XR incontornável, como as empresas sentirão o impacto destas tecnologias, e de que forma podem utilizá-las a seu favor.
Dalton é autor do livro “Reality Check”, publicado em 2021 com o intuito de dissipar alguns mitos em torno da realidade aumentada e virtual e ajudar os empresários a navegar aquilo que considera ser “a próxima grande vantagem competitiva” das organizações.
É que embora estas tecnologias já sejam conhecidas e estejam no mercado há algum tempo, ainda há uma associação à indústria dos videojogos e talvez a campanhas de marketing pontuais. Mas Jeremy Dalton acredita que desvalorizar o seu potencial é deixar de lado uma nova onda tecnológica que oferece enormes oportunidades para negócios em todas as indústrias, independentemente do seu tamanho. O especialista irá explicar como as tecnologias XR podem ser aplicadas de forma imediata a áreas como o ensino e formação, colaboração e assistência remota ou vendas e marketing. Mesmo nos casos que requerem um investimento mais robusto, como os da saúde e cidades inteligentes, as vantagens são óbvias e o retorno visível. Dalton, que passou os últimos anos a trabalhar com multinacionais na implementação de projetos e tem casos de estudo que estão no terreno – da Cisco e Ford à GlaxoSmithKline e La Liga – é também conselheiro da Immerse UK, um organismo público dedicado a tecnologias imersivas.
A segunda oradora internacional é Alex Rühl, fundadora do CATS are not PEAS, um estúdio de produção de realidade virtual que desenha experiências XR. Com várias distinções em pano de fundo – The Drum’s 50 under 30, Women of the Future Awards, Pioneers of XR Award – Rühl tornou-se uma pioneira na construção de narrativas que utilizam os recursos imersivos de forma única. A ideia é maximizar o impacto e capitalizar nas características da realidade virtual e realidade aumentada, ao invés de usar os métodos tradicionais com uma roupagem diferente.
A sua visão levou-a ao palco da TEDx, onde explicou como a XR permite existir para lá da nossa realidade, e o seu trabalho nos últimos anos colocou-a em contacto com empresas tão diferentes quanto a Pfizer, P&G e BFI Network.