As tecnologias não são novas, mas as condições são inéditas. A quarta edição da Vodafone Business Conference vai debruçar-se sobre realidade estendida – XR na sigla inglesa – porque a operadora considera que este é o momento ideal para explorar o seu potencial.
“Este tema da realidade estendida, por ser um conceito que inclui várias tecnologias imersivas, como a realidade aumentada e virtual, é algo que agora que já temos 5G em Portugal vemos que pode ser potenciado”, diz ao Dinheiro Vivo Henrique Fonseca, administrador da Vodafone com o pelouro da unidade de negócios empresarial.
O executivo refere que há três vetores importantes a confluírem para trazer a XR para a ordem do dia.
O primeiro é o lançamento da nova geração móvel: sem 5G, explicou, a inteligência estava nos óculos e por isso eram pesados, caros e mais lentos. Com o 5G o processamento pode ser feito na nuvem. “A partir daí, passamos a ter uma evolução na performance da realidade aumentada e virtual que permite casos de utilização muito mais interessantes”, frisa o executivo.
O segundo é o processo de transformação decorrido da pandemia de covid-19, que gerou um acelerar da digitalização tanto em Portugal como no mundo. “Como aconteceu ao mesmo tempo que o 5G estava a ser lançado numa série de outros países, há aqui este segundo vetor que é o facto de se ter começado a disseminar estas soluções, que se foram tornando mais maduras e com impacto real no negócio”, indica Henrique Fonseca.
O terceiro elemento é o crescimento do interesse por parte de todo o tipo de organizações, depois de terem visto os casos de estudo que foram aparecendo. “Quando as empresas veem que há outras a tirar partido de uma oportunidade tecnológica, começa a crescer o mercado”, resumiu o administrador. Isso é patente no número cada vez maior de empresas que estão a trabalhar neste tipo de tecnologias, sobretudo PME.
“Há estes três vetores que se complementam e explicam porque é que nós, Vodafone Portugal, olhando para a frente, vemos que há aqui oportunidades na realidade aumentada e virtual”, continua o executivo. “Achamos que é a altura certa para os puxar para cima da mesa e pormos as empresas portuguesas a avaliarem a possibilidade de, no seu processo de digitalização, utilizarem este tipo de tecnologia.”
O administrador explica que a seleção de oradores – dois nacionais e dois internacionais – foi feita a pensar numa audiência que já conhece algumas destas tecnologias mas não a abrangência de casos de aplicação, ou sequer o termo-chapéu “realidade estendida.”
“Vamos ter quatro keynote speakers que vão falar sobre como a utilização desta tecnologia pode ajudar as empresas a serem mais eficientes”, descreve. “Vamos falar de casos internacionais e vamos ouvir falar dois médicos sobre como utilizam esta tecnologia quer na forma como ensinam aos alunos quer como preparam cirurgias.”
O primeiro orador será Jeremy Dalton, que lidera a unidade de tecnologias de metaverso da PwC no Reino Unido “e que tem vindo a ajudar empresas de vários tipos de indústria a fazer isto.”
A segunda oradora será Alex Rühl, “alguém que é ela própria criadora de realidade virtual e vai poder explicar, ao longo da sua experiência, o tipo de empresas com quem trabalhou.” Com um currículo que inclui dezenas de projetos de realidade estendida em diferentes indústrias, o administrador sublinha que Rühl “tem aqui um valor muito interessante para contar.”
Os oradores portugueses serão Elsa Justino, administradora do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, e Ricardo Amaral, médico intensivista da mesma instituição. Os responsáveis vão falar da utilização de realidade estendida na formação de alunos, prática e simulação de técnicas médicas, entre outras aplicações.
“Estão reunidos os ingredientes para que todos os empresários portugueses que vão estar presentes nesta conferência possam perceber como é que este tipo de tecnologia pode ajudar a melhorar e contribuir para a digitalização da sua empresa”, frisa Henrique Fonseca.
Uma das partes importantes desta discussão é que vai orientar-se para o futuro partindo de casos promissores que já estão no terreno, não sendo propriamente futurologia.
“Estamos a falar de uma tecnologia que já existe hoje”, sublinha o administrador. “Já existem as condições para tirar partido dessa tecnologia. Quem a utiliza já vê de imediato os seus benefícios.”
A Vodafone Business Conference vai decorrer a 19 de maio no Palácio da Bolsa do Porto, com inscrições gratuitas no site.
Ana Rita Guerra