A tomada de decisões em situações críticas é uma das características mais determinantes na atuação dos profissionais de saúde, e é na preparação desses momentos que a realidade virtual pode dar um forte contributo. Ricardo Amaral, médico intensivista do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, explicou na sua apresentação durante a Vodafone Business Conference sobre Extended Reality como a tecnologia vai ser usada para melhorar a atuação na saúde.
“A educação médica tem passado de muito livresca para a aquisição de competências, uma educação mais prática”, explicou o médico. Todavia, a prática é feita em ambiente real e isso acarreta riscos. “No ensino clínico pós-graduado temos uma exposição precoce ao doente, e é pouco tecnológico. Aqui vem a importância da simulação.”
Ricardo Amaral mostrou à audiência que esteve no Palácio da Bolsa, no Porto, algumas estatísticas importantes relativas ao tratamento. “O erro médico é uma das 15 maiores ameaças à saúde”, disse. “As estratégias preventivas são pouco utilizadas. Ainda não existe uma cultura de segurança implementada, ao contrário de sectores como a aviação e a indústria.”
Com o projeto PrepaCare XR, será possível aos médicos e enfermeiros treinarem técnicas de forma exaustiva sem risco para os pacientes, permitindo-lhes aperfeiçoar e preparar para situações de crise.
“Para o futuro vamos adaptar este cenário para realidade virtual porque temos uma melhor taxa de retenção de conteúdos”, explicou Ricardo Amaral. “Queremos pôr um modo colaborativo, com várias pessoas a colaborar em realidade virtual, e finalmente queremos desenvolver outros cenários”, indicou. A ideia é “adaptar a tecnologia e fazer com que seja util na situação prática.”
Ana Rita Guerra