Quando Alex Rühl se esqueceu de um procedimento de segurança no armazém onde trabalhava, percebeu que a sua vida corria perigo e estava encurralada entre maquinaria. Entrou em pânico, com o coração aos saltos, e num segundo tudo ficou negro. Foi aí que Rühl desligou os óculos de realidade virtual e respirou fundo. Aquele era um projeto de realidade virtual para treinar trabalhadores de armazéns.
“Só porque isto não me aconteceu não quer dizer que eu não tenha sentido que foi real”, disse a especialista, fundadora do estúdio CATS are not PEAS, na Vodafone Business Conference. “Esse é o poder da realidade virtual.”
A oradora explicou à audiência que a utilização deste meio imersivo deve centrar-se na emoção e que as ideias que funcionam melhor em realidade virtual são o impossível; o perigoso; e o não escalável.
“A realidade virtual é essencialmente um dispositivo de teletransporte”, afirmou sobre a componente impossível, porque pode colocar-nos em sítios como Marte ou a Roma Antiga.
O perigoso, disse, é útil para treinar pessoas em cenários de perigo. Em 2019, o treino que os empregados do Walmart fizeram em realidade virtual ajudou a salvar vidas quando houve um tiroteio em El Paso. “Quando a situação aconteceu mesmo, o seu subconsciente sentiu que já tinham passado por aquilo antes.”
Finalmente, o não escalável, como a Place It a oferecer a noivos a possibilidade de visitarem virtualmente dezenas de locais para o casamento. “A realidade virtual permite-nos trazer cenários íntimos para o mundo digital.”
Ana Rita Guerra