Porque é que escolheram a realidade estendida para este ano?
Com a chegada do 5G, era importante falarmos sobre coisas de que já podemos tirar hoje partido. Há já muita coisa a ser feita em cima de realidade estendida e isso tem um potencial grande para as organizações, para as empresas, do ponto de vista da produtividade, da eficiência, da melhoria de processos. Vimos exemplos do ponto de vista da segurança dos seus trabalhadores na indústria 4.0.
Portugal pode vir a exportar algum know-how em realidade estendida apesar do atraso do 5G?
O relevante é quanto nós temos de inteligência humana e capacidade de empreendedorismo para desenvolver novas oportunidades. Temos capacidade humana e temos tecnologia, nomeadamente de telecomunicações, capazes de criar o ecossistema de desenvolvimento. E não é preciso ter uma grande empresa para ter grandes ideias e ideias inovadoras que depois ganham escala e podem ser exportadas. O atraso do 5G veio impedir que houvesse experimentação e até um despertar do mercado para esse tipo de casos de utilização, mas agora temos todas as razões e exemplos de empresas portuguesas a trabalhar connosco.
Nesta fase pós-pandémica as empresas portuguesas estão mais abertas a este tipo de tecnologias?
Estes dois anos não têm nada de bom, mas uma coisa positiva é o despertar para a vantagem das soluções digitais. Por exemplo, tudo o que tem a ver com o e-commerce, quando entramos no digital temos temas como o da segurança. É verdade que a conjuntura económica e o grau de incerteza com que vivemos eu percebo, na qualidade de empresário, que têm que pensar duas vezes no nível de investimento, mas a certeza que temos é que é preciso investir no digital.
Ana Rita Guerra