Mais de 80 drones em experimentação e 1.400 participantes tornaram o REPMUS 2023 no maior exercício operacional de sistemas não tripulados do mundo, colocando Portugal na linha da frente do sector. O REPMUS, acrónimo de Robotic Experimentation and Prototyping Augmented by Maritime Unmanned System, decorreu em Tróia e reuniu mais de 40 entidades científicas e tecnológicas que testaram inovações em matéria de robótica, Inteligência Artificial e realidade estendida. Foi tudo suportado por uma rede privada de 5G, desenvolvida em parceria pela Vodafone e pela Ericsson na Zona Livre Tecnológica (ZTE) de Tróia, onde a Marinha Portuguesa tem um centro de experimentação operacional.
A rede privada, disse ao Dinheiro Vivo o administrador da Vodafone Henrique Fonseca, tem vantagens inéditas de velocidade, latência e capacidade de gestão de sensores, com um número de sensores por quilómetro quadrado superior às redes que existiram anteriormente. “Tudo isto numa rede dedicada que mais ninguém consegue utilizar porque é uma rede privada”, indicou Henrique Fonseca. “É a grande vantagem que tem principalmente em exercícios militares.”
Segundo o responsável, além do suporte às comunicações e garantia de fiabilidade e privacidade, foram também feitas provas de conceito de casos de utilização apoiados no 5G.
“Temos casos de utilização de realidade aumentada e virtual, casos que permitem a manutenção remota de navios – que não têm de sair de dentro da água para ser feita uma manutenção –, casos relacionados com a segurança das pessoas”, indicou o administrador. “Casos relacionados com a geolocalização dos ativos, por forma a que se saiba em tempo real onde estão, o que num cenário militar será fundamental, e comunicações ‘push to talk’ tanto de texto, vídeo e imagem, que num contexto militar são fundamentais”, acrescentou. Várias tecnologias foram utilizadas nos exercícios, que abrangeram 15 marinhas de vários países, a maioria pertencentes à NATO.
A utilização de uma rede privada foi fundamental, segundo o administrador da Vodafone. “Conseguimos ter ’n’ sensores, desde equipamentos a drones não tripulados, robôs, etc. e conseguimos que tudo isso possa ser operado sem qualquer concorrência nos recursos que a rede oferece, porque está a ser dedicada a esse exercício.”
A combinação de tecnologias inovadoras, com destaque para 5G, Internet das Coisas e Inteligência Artificial, será precisamente o tema abordado na próxima edição da Vodafone Business Conference, que decorre a 03 de outubro na Fundação Oriente, em Lisboa.
O evento tem inscrições gratuitas e contará com apresentações de oradores nacionais e internacionais.
Ana Rita Guerra e Ana Maria Ramos