Tivemos aqui a quinta edição da Vodafone Business Conference, este ano dedicada à AIoT. Que mensagem quiseram passar aos participantes?
A mensagem é de que a Vodafone está aqui, como tem estado, sempre a apoiar as empresas no seu processo de transformação, como parceiro para a área de conectividade e digitalização. Agora, com cada vez mais evolução tecnológica a um ritmo acelerado, a Vodafone continua a querer estar na vanguarda e a apoiar as empresas.
Achámos esta conferência particularmente oportuna, dado o momento em que estamos, para partilhar algum conhecimento trazendo aqui especialistas na área da Inteligência Artificial e Internet das Coisas.
A Vodafone Portugal tem desenvolvido soluções que depois são adotadas no resto do grupo, o que denota a qualidade dos seus quadros. É o caso da Economia das Coisas, que foi referida numa das apresentações e se baseia em máquinas a falar com máquinas sem intervenção humana?
A Vodafone é líder mundial na área de Internet das Coisas. Temos uma escala mundial, muitíssimos milhões de coisas ligadas. Em Portugal temos também um centro de competência, em que desenvolvemos parte de uma plataforma que é utilizada para esta área de negócio da IoT. Não é o único centro de competências que Portugal tem e isso é fruto do que referiu. A qualidade das pessoas em Portugal tem-se destacado. A qualidade técnica, a capacidade de inovar, e queremos continuar a criar essas oportunidades para as pessoas.
Ao mesmo tempo, a Vodafone Portugal beneficia de fazer parte de um grupo com esta escala mundial e muitas vezes trazemos inovações que vêm de outras partes do mundo. Gostaríamos de ajudar o tecido empresarial português, o estado, os nossos clientes, a aproveitar também essa inovação que vem de fora. Existem as duas formas e ambas nos fazem sentir bastante orgulhosos por estarmos no centro desse processo de transformação.
Sente que as empresas portuguesas estão conscientes da transformação que é necessária para este futuro que será muito embebido em Inteligência Artificial?
Exatamente quanto é que a indústria, a economia, as empresas vão transformar-se é difícil [prever], é especulativo. Vai haver milhares de milhões de sensores, de objetos que comunicam uns com os outros, mas tudo isto terá de ser sempre feito para servir o que é importante para os seres humanos, para a Humanidade como um todo.
Todas as evoluções tecnológicas têm sempre um aspeto que pode causar algum receio pela mudança e o que pode acartar. Mas sendo feito com responsabilidade, minimizando os aspetos menos bons e maximizando os aspetos positivos, acho que vai trazer esses benefícios que se têm visto.
Se as empresas portuguesas estão preparadas? Eu acho que estão num caminho. Algumas estão mais preparadas do que outras, mas é aí o papel de empresas como a Vodafone de ajudar nesse processo de transformação tecnológica.
Qual é o papel do 5G, como se enquadra isto na nova geração móvel?
O 5G vai ter um papel muito importante neste processo de transformação, porque à medida que vamos tendo cada vez mais coisas ligadas à rede e à Internet, vai ser precisa cada vez mais capacidade nas redes, melhores tempos de resposta, ou seja menos latência. Mais segurança nas redes. E as redes 5G respondem precisamente a isso. Neste processo de transformação tecnológica não é só conectividade, mas a conjunção destes aspetos achamos que é um forte catalisador para essa transformação digital.
Portugal tem as condições para estar numa boa posição, com o talento necessário?
É um caminho que tem de se continuar a percorrer. Temos muitos recursos humanos capazes de fazer esse caminho, mas gostaríamos de continuar a qualificar ainda mais pessoas e por consequência as empresas, porque as empresas são pessoas, para fazer essa jornada. Não é um caminho que eu possa dizer que está feito. É um caminho que vamos ter que percorrer em conjunto, continuar a apoiar.
A Vodafone tem um programa a que chamamos DigitAll, com dezenas de milhares de alunos e centenas de professores, em que tentamos apoiar os jovens a melhorar as suas competências digitais de forma responsável. Isso é um caminho que depois há-de continuar ao longo da vida e da aprendizagem de cada um.
Para nós é um processo que nunca está concluído e é fundamental. Temos pessoas com competência, mas temos de continuar a fazer mais e a apoiar mais.
Há alguma aplicação recente que o tenha impressionado, por exemplo um destes sistemas de IA generativa?
Muitos deles, alguns exemplos vimos hoje. Coisas que se calhar há dois anos achámos impossível e de facto parece mágico o que está a acontecer.
O ritmo de evolução é significativo, é difícil manter o passo ao ritmo que esta evolução está a acontecer, e daí continuarmos nestes diálogos constantes com entidades, com a academia e com reguladores é fundamental.
É fundamental nesta evolução tecnológica e também noutros aspetos. A parte que eu gostaria de enfatizar é que o diálogo com estas entidades todas tem de continuar e com isso acho que vamos estar sempre surpreendidos com as coisas boas que estas tecnologias podem trazer.
Ana Rita Guerra