Há cerca de 300 casos de utilização de Inteligência Artificial aplicada aos negócios com potencial para melhorar de forma substancial a produtividade, eficiência e rentabilidade das empresas. Uma análise da consultora PwC identificou as aplicações de IA capazes de trazer mais valor às empresas e chegou a um número impressionante em termos de impacto económico. De acordo com a pesquisa “Global Artificial Intelligence Study: Exploiting the AI Revolution”, o PIB global vai aumentar 14% até 2030 em resultado da aplicação de IA, ou cerca de 14,8 biliões de euros nos próximos sete anos.
Sem grande surpresa, a China e os Estados Unidos são as regiões que mais deverão beneficiar desta nova era, com 26% de aumento do PIB chinês e 14% no norte-americano.
Um dos aspetos interessantes desta pesquisa é que a PwC chega a estes números não pela via da previsão, mas de um cálculo preciso, usando precisamente IA: um modelo dinâmico da economia global em larga escala. O modelo é baseado na base de dados Global Trade Analysis Project (GTAP), que detalha o tamanho de 57 sectores económicos em 140 países e como transacionam entre eles através das cadeias de fornecimento.
O estudo identifica assim os sectores do retalho, serviços financeiros e saúde como aqueles onde a produtividade, qualidade do produto e consumo mais beneficiarão da adoção destas tecnologias. Há um destaque também para o segmento automóvel: frotas autónomas, assistência ao condutor e manutenção preditiva e autónoma.
Em particular, a PwC aponta para ganhos de produtividade pela automação de processos, incluindo uso de robôs e veículos autónomos; pelo aumento das capacidades dos trabalhadores com o que chamam de Inteligência assistida e aumentada; e uma maior procura dos consumidores que resulta da disponibilização de produtos e serviços personalizados de muita elevada qualidade.
É a área onde a disrupção está pronta para acontecer. Segundo a análise da PwC, os segmentos da saúde com maior potencial são o apoio a diagnóstico, como a deteção de pequenas variações em dados dos pacientes; deteção precoce de potenciais pandemias e monitorização da incidência para conter a disseminação; diagnóstico de imagiologia.
Aqui, o grande potencial é no planeamento financeiro personalizado; deteção de fraude e mecanismos anti-lavagem de dinheiro; automação de processos.
Neste sector, os maiores benefícios serão no design e produção personalizados; antecipação da procura dos consumidores – por exemplo, a PwC aponta que há retalhistas já a usar ‘deep learning’ para prever encomendas em antecipação; e gestão de inventário e entregas.
Ana Rita Guerra