Os investimentos na ordem das centenas de milhares de milhões de euros atestam aquilo que qualquer estudo sobre internet das coisas regista: o mercado está a acelerar o crescimento e chegará em breve a um ponto de inflexão. Nenhuma área da economia e setor produtivo ficará imune à avalancha de dispositivos que são conectados uns aos outros todos os dias, prometendo novas formas de trabalhar, consumir e viver em zonas urbanas. É para debater os impactos e desafios desta nova era que a Vodafone Portugal e o Global Media Group trazem a Lisboa este mês a Vodafone IoT Conference.
“Utilizar a tecnologia da internet das coisas numa empresa abre uma série de possibilidades de novo negócio, não só na forma como as empresas operam mas também como crescem e como conseguem trazer novos serviços e melhorar a satisfação dos seus clientes”, afirma Mafalda Alves Dias, diretora de grandes contas e setor público da Vodafone Portugal.
A conferência irá reunir oradores nacionais e internacionais, com destaque para o futurista Gerd Leonhard, e pretende “trazer um bocadinho do futuro para o dia de hoje”. Cisco, Crossing Answers, Elis, ThinkDigital e CardioID irão falar do que estão a fazer nesta área e as oportunidades que anteveem no futuro. A ideia é mostrar casos práticos e partilhar melhores práticas desta nova realidade, que a Vodafone resume como “tudo conectado com tudo”.
As coisas vão deixar de ser coisas fechadas em si próprias para estarem conectadas umas com as outras e passarem a ser inteligentes
“Achámos que era mais do que óbvia a necessidade de trazer esta primeira grande conferência de IoT em Portugal”, explica Mafalda Alves Dias, referindo que um dos centros de competência da Vodafone em IoT é em Portugal e a operadora atingiu este ano 60 milhões de conexões IoT no mundo inteiro. A empresa conseguiu também ser posicionada como líder no quadrante mágico de serviços geridos M2M da consultora Gartner, distanciando-se da Telefónica, AT&T, Deutsche Telekom, Orange Business Services e Verizon.
A aposta das operadoras nesta área é forte em vários mercados, pelo fluxo de novas receitas que representa numa altura em que os modelos tradicionais de negócio das telecomunicações enfrentam declínios. É possível traçar paralelos com a altura em que as pessoas começaram a ligar-se à internet; mas agora há muito mais máquinas e objetos para conectar. “As coisas vão deixar de ser coisas fechadas em si próprias para estarem conectadas umas com as outras e passarem a ser inteligentes.” Essa ligação ao resto do mundo permitir-lhes-á captarem e transmitirem dados,
o que abrirá as portas a “uma realidade completamente nova e diferente para o nosso dia-a-dia”.
As empresas que optam por este tipo de tecnologia são empresas preocupadas com eficiência
Para as empresas a entrada em projetos IoT pode aumentar significativamente a sua eficiência, abrir portas a novos produtos e serviços ou melhorar a forma como estes são prestados. Segundo a Statista, manufatura, transporte e logística e setor de utilities vão liderar os investimentos até 2020. “As empresas que optam por este tipo de tecnologia são empresas preocupadas com eficiência”, adianta Mafalda Alves Dias, referindo que se trata de organizações que visam a sua própria transformação digital.
Muitos projetos começam pela instalação de sensores que são controlados de forma centralizada e transmitem informações às equipas de gestão. Dados que seriam difíceis, morosos e dispendiosos num cenário de recolha manual.
A transmissão em tempo real evita que seja necessária uma avaliação técnica no local ou esperar pela análise de uma determinada performance. A recolha de dados é automática, digerida em grandes volumes e processada por sistemas de analítica inteligentes, capazes de extrair padrões, identificar áreas potencialmente problemáticas e encorajar mudanças que aumentem a eficiência.
Isto permite não só identificar problemas antes de chegarem ao cliente final mas também acelerar de forma exponencial o processo de tomada de decisão, indica a responsável da Vodafone. Além disso, um projeto desta natureza diminui as paragens de produção, que contribui para aumentar a produtividade nas empresas. “E permite decidir coisas e identificar situações que nem sequer se pensava existirem antes de termos esta conexão e toda esta informação.”