Filipe Lopes vai explicar na Vodafone IoT Conference como a evolução do Wi-Fi abrirá portas para novas dimensões da Internet das Coisas
Um dos maiores receios das empresas no que toca a Internet das Coisas é a questão da segurança e os especialistas avisam de que tudo começa nos fabricantes. É precisamente aí que a Cisco acena com a sua estratégia. A fabricante norte-americana tornou a segurança numa parte intrínseca dos seus produtos e investiu no seu reforço, adquirindo empresas especialistas na área. Em parte, é isto que está na origem de um novo caminho para a IoT baseado em Wi-Fi como serviço e fundamentado em soluções que são desenhadas de raiz com a segurança no centro. Filipe Lopes, engenheiro de sistemas da Cisco Portugal, vai falar deste novo papel do Wi-Fi na Vodafone IoT Conference, que decorre em Lisboa na próxima semana.
“O Wi-Fi evoluiu muito nesta perspetiva”, diz o responsável, abordando vários parâmetros. “Hoje em dia não deve ser mais visto apenas como uma tecnologia que fornece conectividade.” Segundo a Anacom, a penetração de smartphones é superior a 70% em Portugal, o que significa que “podemos ligar as coisas às pessoas.”
“Essa é uma dimensão importante da Internet das Coisas, em que as pessoas passam a ser um fator decisivo”, frisa Filipe Lopes. “É aí que as nossas soluções apostam muito: Wi-Fi não apenas como tecnologia para dar conectividade, mas como tecnologia que permite uma analítica muito rica do ponto de vista de capacidade e potencial de comunicação com os utilizadores, melhoria de serviços, maior conhecimento do que é a procura e de uma oferta muito mais diversificada e de acordo com as expectativas de quem usa estas infraestruturas.”
O caso de utilização de que o responsável irá falar passa pela parceria com a Vodafone neste contexto, com a tecnologia Cisco Meraki. “Isto vem trazer uma dimensão nova do ponto de vista daquilo que a IoT pode oferecer na perspetiva de ligação às pessoas e interação.” Filipe Lopes está na Cisco Portugal há dez anos e já passou por várias funções, ligadas ao contacto com os clientes finais e muito focado na mobilidade.“Quando se fala em Wi-Fi as a Service, a Cisco é escolhida tendo por base a preocupação que é crescente de segurança”, reforça o engenheiro.
De acordo com a sua experiência, as empresas portuguesas já estão sensibilizadas para as oportunidades da IoT. “Já se faziam coisas que na altura não eram chamadas Internet das Coisas mas já o eram”, indica. “Vemos muitos projetos nesta área da comunicação de dispositivos com dispositivos, que abrangem diversos verticais.” O responsável sublinha o nível de interesse que existe neste momento por parte dos responsáveis autárquicos ao nível das cidades. “Olham para uma forma de dar melhores serviços aos seus cidadãos e às pessoas que nos visitam”, refere. “Vem muito no sentido de perceberem que tipo de novos serviços, soluções tecnologia podemos oferecer de forma a que o cidadão possa ter no dia a dia uma experiência melhorada.” Isto reflete-se não apenas no investimento em mais e melhor acessos Wi-Fi mas também em melhor gestão da iluminação pública e gestão de resíduos, por exemplo.
Ana Rita Guerra