O CEO da Vodafone, faz um balanço positivo da primeira Vodafone IOT Conference e promete continuar a debater estes temas
Em dois anos estas 30 coisas vão desaparecer e0 Trabalho Ganhe dinheiro extra com 28 trabalhos que pode ter a partir de casa Uma sala completamente cheia e oradores de renome internacional transformaram a primeira IoT Conference num evento que deixou a Vodafone satisfeita. O Pátio da Galé foi pequeno para o interesse demonstrado pelos empresários nacionais pelo tema, que, apesar de incipiente em Portugal, já conta projetos interessantes de grandes dimensões. Mário Vaz, CEO da Vodafone, acredita que apanhar a onda desta revolução deve ser um desígnio nacional no país, que tem boas condições para marcar a agenda digital europeia. Para o CEO da Vodafone, não cabe apenas à indústria, às operadoras ou ao governo fomentar o crescimento da internet das coisas e da digitalização em Portugal. Trata-se de um esforço que tem de ser transversal. Um dos problemas que Portugal teve em revoluções anteriores foi a limitação geográfica e a escassez de recursos naturais, mas esses problemas não existem quando se fala em economia digital ou mesmo em indústria 5.0, como apontou Gerd Leonhard na sua apresentação. Para onde caminharemos agora? Se possível, para um papel mais relevante no panorama europeu. É o que diz o CEO da Vodafone, com quem falámos no rescaldo da conferência.
Que balanço faz da primeira IoT Conference?
O balanço que faço é bastante positivo, até pela taxa de adesão e pelo número de participantes que tivemos, superior à capacidade da sala. Era importante que este tema fosse levado à discussão e que agora haja a oportunidade de aqueles que estiveram presentes debaterem internamente nas organizações a relevância da internet das coisas [IoT] para os seus negócios.
Ficou clara a importância da internet das coisas?
Achamos que o IoT é uma peça essencial da economia digital e isso ficou claro em todas as intervenções que ouvimos. A IoT é uma peça essencial por tudo o que possibilita e potencia na utilização dos dados, que vão desencadear ações e intervenções, sejam reativas ou proativas, isso é essencial. E Portugal deve ter aqui um papel importante para tirar partido do potencial de IoT e dos dados. Isto foi transversal a todas as intervenções, e todas tiveram conteúdo relevante. O tema de IoT é transversal a todos os setores, a todas as empresas, a todas as organizações. A mensagem que fica é a relevância.
O centro de competências da Vodafone em Portugal também está a trabalhar em Narrowband IoT, que parece estar a emergir como padrão na Europa?
A vertente Vodafone Portugal é colocar a nossa rede com essa tecnologia Narrowband que é adequada para o volume que se estima, e é evidente que vai acontecer internet das coisas que se vão ligar. Isso é uma funcionalidade que nós já temos na rede. Depois, o que este centro de competências faz é desenvolver soluções que vão trabalhar em cima de Narrowband, mas não só. O Narrowband é uma, e é provavelmente a principal forma de rede de dados para transmissão associada às coisas, mas é apenas uma. A Vodafone já tem 60 milhões de conexões e a previsão é de 370 milhões em 2020.
Portugal acompanhará este crescimento?
Enquanto Vodafone Portugal, do ponto de vista comercial, é vender também ligações em Portugal. Uma boa parte destes 60 milhões de aparelhos estão muitos deles em Portugal porque vêm integrados, por exemplo, nos carros, de origem.
De que forma?
Uma boa parte dessas ligações estão incorporadas na generalidade dos grandes fabricantes europeus. Muitos dos carros que hoje circulam nas cidades portuguesas têm lá dentro algo em que a Vodafone participou. Depois temos este centro de competências que trabalha em soluções, verticais ou não, ou específicas para determinados clientes, nacionais ou globais – na maior parte globais, mas este centro também trabalha com parceiros locais, para desenvolver soluções, pois grande parte delas estão noutros mercados.
Como a solução da Elis, por exemplo, que foi mostrada na conferência?
A da Elis até foi desenvolvida com soluções de parceria nacional, não necessariamente dentro do centro de competências. O centro tem soluções mais transversais, setoriais ou não, para depois serem comercializadas em Portugal e noutros mercados. Gerd Leonhard referiu que há o perigo de quatro ou cinco empresas ficarem a dominar isto. Não podemos correr o risco de que isto tudo aconteça em Silicon Valley e que nós discutamos aqui o que se passa lá. Portugal pode ser o Silicon Valley da Europa. Está nas nossas mãos fazê-lo.
Podemos esperar mais conferências IoT organizadas pela Vodafone?
No ano passado por esta altura estávamos a fazer um roadshow a nível nacional. Temos estado quer com os nossos clientes numa relação mais one-to-one, e às vezes de uma forma mais setorial, quer em eventos desta natureza. Podem contar com a Vodafone.
Ana Rita Guerra