Seja qual for o estudo que se abra sobre Internet das Coisas, todas as consultoras alinham pelo mesmo discurso: o mercado está a acelerar o crescimento e há muito dinheiro para ser feito nesta nova indústria. Mais: há uma nova forma de fazer as coisas a aproximar-se de nós, tanto para os consumidores com os seus eletrodomésticos conectados, como para as empresas em áreas diversas, como para os governos locais com os projetos de cidades inteligentes. É para debater os impactos e desafios desta nova era que a Vodafone Portugal, em parceria com o Global Media Group, traz a Lisboa em fevereiro a Vodafone IoT Conference, onde serão explorados ao pormenor dois verticais específicos – o retalho e a indústria, com enfoque na manufatura.
“As empresas que optam por este tipo de tecnologia são empresas preocupadas com eficiência”, explica Mafalda Alves Dias, diretora de grandes contas e sector público da Vodafone Portugal, referindo que se trata de organizações que visam a sua própria transformação digital. “Não têm receio de abraçar a inovação e desenvolver as suas empresas para se adaptarem ao mundo futuro”, complementa a responsável.
A Vodafone, que opera na área da Internet das Coisas há vinte anos (quando ainda mal se usava esta designação) não identifica propriamente uma área específica de empresas com maior apetência para este tipo de soluções. “Tem mais a ver com a cultura organizacional que propriamente com a vertical onde as empresas se incluem”, indica Mafalda Alves Dias.
A ideia da conferência, que terá a participação de oradores portugueses e estrangeiros, é abordar casos práticos de sucesso que configurem melhores práticas. Uma exposição que leve mesmo os céticos “a sentirem que a nova realidade é termos tudo conectado com tudo.”
É assim mesmo que a Vodafone define a IoT, desenhando um paralelo entre os primórdios da utilização da World Wide Web com o que está a acontecer. “Todo aquele processo que as pessoas fizeram quando se começaram a ligar à internet vamos agora ter no domínio das máquinas e dos objetos”, resume a executiva. “As coisas vão deixar de ser coisas fechadas em si próprias para estarem conectadas umas com as outras e passarem a ser inteligentes.” Essa ligação ao resto do mundo permitir-lhes-á captarem e transmitirem dados, o que abrirá as portar a “uma realidade completamente nova e diferente para o nosso dia a dia.”
Do ponto de vista das empresas, o que se avizinha é uma modificação do cenário e dos mercados onde operam. “Utilizar a tecnologia da Internet das Coisas numa empresa abre uma série de possibilidades de novo negócio, não só na forma como as empresas operam mas como crescem e como conseguem trazer novos serviços e melhorar a satisfação dos seus clientes”, atesta Mafalda Alves Dias.
No mundo empresarial, muitos projetos de IoT começam pela instalação de milhares de sensores que são controlados num hub central e transmitem todo o tipo de informações preciosas às equipas de gestão. Dados que seriam difíceis, morosos e dispendiosos num cenário de recolha manual. “A Internet das Coisas permite monitorizar, por exemplo, os equipamentos de uma empresa de uma forma remota”, indica a responsável da Vodafone. Estes sensores fornecem informações em tempo real, evitando que seja necessária uma avaliação técnica in loco ou esperar pela análise de uma determinada performance. A recolha de dados é automática, digerida em grandes volumes e processada por sistemas de analítica cada vez mais inteligentes, capazes de extrair padrões, identificar áreas potencialmente problemáticas e encorajar mudanças que aumentem a eficiência.
É isso, explica a executiva, que muda a postura dentro de uma empresa e a forma como a organização opera. Por um lado, permite identificar os problemas antes de eles chegarem ao cliente final e corrigi-los dentro de casa. Por outro lado, acelera de uma forma exponencial o processo de tomada de decisão, com base em dados que chegam quase instantaneamente e de forma sistemática. Além disso, um projeto desta natureza diminui as paragens de produção, que contribui para aumentar a produtividade nas empresas. “E permite decidir coisas e identificar situações que nem sequer se pensava existirem antes de termos esta conexão e toda esta informação”, sublinha Mafalda Alves Dias.
Para a operadora, o facto de o número de empresas com mais de 50 mil dispositivos de IoT ter duplicado nos últimos doze meses (segundo dados do Barómetro IoT 2017/18 da Vodafone) demonstra o quão os projetos de larga escala produzem resultados visíveis. “Isto mostra claramente que as empresas entendem que o grau de investimento e a inovação da Internet das Coisas melhora a sua postura no mercado e a sua posição competitiva perante os concorrentes”, afirma a executiva. “Neste momento, nós podemos dizer que a IoT é uma arma competitiva em qualquer mercado.”
A conferência vai realizar-se a 28 de fevereiro em Lisboa e terá um painel de oradores diverso. “Achámos quer era mais do que óbvia a necessidade de trazer esta primeira grande conferência de IoT em Portugal”, diz Mafalda Alves Dias, apontando para o facto de um dos centros de competência IoT da Vodafone ser em território nacional. Este ano, a operadora atingiu 60 milhões de conexões IoT no mundo inteiro e contabiliza cerca de 1500 especialistas a trabalhar na tecnologia.
A executiva lembra também que a empresa foi posicionada como “Líder” no quadrante mágico de serviços geridos M2M pela consultora Gartner – uma classificação que acontece há quatro anos consecutivos. A Gartner também distinguiu a Telefónica, AT&T, Deutsche Telekom, Orange Business Services e Verizon no quadrante líder, mas optou por destacar a Vodafone.